Universidade Estadual de Campinas

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma universidade pública brasileira, fundada em 1966. É uma das três universidades estaduais públicas do estado de São Paulo, junto com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Criada por decreto-lei em 1962 e inaugurada oficialmente em 1966, a Universidade Estadual de Campinas surgiu como um centro estratégico para formação de mão de obra altamente capacitada nas áreas de tecnologia e ciências naturais voltada, principalmente, para a pesquisa científica. Com o tempo, a universidade diversificou-se e ganhou destaque por sua formação e produção científica nas ciências humanas, tais como artes, economia, filosofia, história e geografia. Tamanha produção intelectual confere, à Unicamp, o status de maior produtora de patentes de pesquisa do Brasil, superando instituições de renome como Petrobras e Universidade de São Paulo.
O seu campus principal fica no distrito de Barão Geraldo, no município de Campinas, cerca de cem quilômetros de São Paulo. Possui outros campi nos municípios de Limeira e Piracicaba, um centro de pesquisas em Paulínia e um hospital em Sumaré. A Universidade é ainda responsável pela realização de cursos de formação de professores em exercício na Região Metropolitana de Campinas. Em Campinas, o complexo médico hospitalar da Unicamp é integrado pelo Hospital de Clínicas; Centro de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp ; Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher; Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo (Gastrocentro); e Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Professor Doutor Gabriel O. S. Porto. Fora do município, integra, o complexo médico hospitalar da Unicamp, o Hospital Estadual Sumaré Doutor Leandro Franceschini. Juntos, formam a maior área hospitalar do interior do Estado de São Paulo e uma das mais importantes do Brasil, proporcionando um alto nível de atendimento médico, associado à formação de profissionais das áreas médica e científica. Em 2011, o QS World University Rankings, publicado pela Times Higher Education, classificou a Unicamp como a 235ª melhor universidade do mundo e a 3ª melhor da América Latina.
De acordo com a Classificação Acadêmica das Universidades Mundiais de 2011, a Unicamp está classificada entre as posições 201ª e 300ª entre as 500 universidades analisadas no mundo. Em novembro do mesmo ano, a Unicamp foi considerada a melhor universidade do país, segundo o Índice Geral de Cursos do Ministério da Educação. Em 2012, a universidade foi classificada pelo ranking Webometrics Ranking of World Universities como a 4ª universidade melhor colocada na América Latina, a 3ª no Brasil e a 122ª melhor do mundo. O Times Higher Education-QS World University Rankings também apontou a Unicamp, ao lado da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, como uma das 100 melhores universidades "jovens" do mundo
História
Apesar de ter sido criada por decreto-lei, em 1962, a história da Unicamp, efetivamente, começou antes e consolidou-se depois. Desde os anos de 1940, o município de Campinas realizava campanha por uma faculdade pública de Medicina sob seus domínios. Essa ganhou força no início da década de 1960, quando os campineiros conseguiram a aprovação do referido decreto-lei. A Faculdade de Medicina recebeu autorização para funcionamento, em 1963, nas dependências da Maternidade de Campinas.
Com o passar do tempo, a faculdade estruturou-se graças aos apoios cedidos pela Universidade de São Paulo e faculdades do interior paulista. Em alguns anos, ela já se encontrava em plena atividade e chegava, então, o momento de pensar-se na criação de outros cursos para a região. Uma decisão, tomada nessa época, determinou os rumos da futura universidade: ao contrário dos demais centros universitários existentes, os quais se voltavam à formação de profissionais liberais para o mercado de trabalho, teria como ênfase a pesquisa e tecnologia, sem romper definitivamente com o setor produtivo.
Em 1966, foi autorizada a instalação dos Institutos de Biologia, Matemática, Física, Química, das Faculdades de Engenharia de Campinas, Tecnologia de Alimentos e Engenharia de Limeira. No ano seguinte, foi incorporada a Faculdade de Odontologia de Piracicaba.
Em 1968, foi construído o primeiro prédio no campus atual da Universidade, o Instituto de Biologia, lugar que foi escolhido com muito cuidado, tendo fácil acesso pelas rodovias, o que confirma a ideia de fazer, da Unicamp, um centro de pesquisas envolto por profissionais das mais diversas regiões. Outra característica marcante do planejamento cuidadoso do campus é sua divisão em áreas de humanidades, ciências biológicas e ciências exatas; e seu formato circular, facilitador da locomoção interna. O logotipo da Unicamp é uma reprodução pictórica do mapa do campus.
Outras unidades vieram a surgir nos anos seguintes: Instituto de Estudos da Linguagem (1977); Instituto de Geociências (1979), Instituto de Economia e Faculdade de Educação Física (1984); e Instituto de Computação (1996). Até 1985, a Unicamp só contava com cursos em período integral; naquele ano, entretanto, optou-se pela criação de cursos noturnos.
Atualidade
Hoje, a Unicamp é uma das principais instituições de ensino superior da América Latina, sendo responsável por 15 por cento da produção científica brasileira. Nela, se concentra a maior parte do Projeto Genoma brasileiro, em função, sobretudo, da sua grande tradição nas ciências biológicas, aliada a crescente superioridade em Ciências Computacionais. Também devem ser destacadas as pesquisas nas áreas de medicina, química, física, engenharia de controle e automação, engenharia elétrica, engenharia de alimentos, engenharia mecânica, engenharia civil, engenharia química, engenharia agrícola, linguística, estudos literários, letras, ciências sociais, história, geografia, artes e economia.
Mais um fator relevante é a qualidade dos cursos de pós-graduação, reconhecidos como os melhores do país, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Isso põe a Unicamp em uma posição estratégica privilegiada, pois muitos profissionais formados nela atuam em importantes órgãos públicos e privados de renome, fazendo o pensamento da universidade muito influente nos rumos do país.
A Unicamp passa, atualmente, por um processo de expansão e regionalização, com criação de novos cursos e unidades. Pode-se destacar a inauguração do novo campus de Limeira (Faculdade de Ciências Aplicadas), o qual, futuramente, abrigará até quinze cursos – contra os oito atuais – e mil novos alunos anualmente.
Outros projetos envolvem construção e expansão, como: a construção de um teatro próprio da universidade, a qual, após anos de captação de verbas, encontra-se em processo de licitação; e construção da sede do Museu Exploratório de Ciências, que conta com edital internacional - provavelmente, o primeiro do país. O museu tem como alvo o público escolar e possui um acervo baseado na construção de experimentos para expor conceitos os quais permitam ao visitante participar ativamente dos experimentos.
Igualmente, é importante frisar a inauguração de um novo anexo no Instituto de Computação, que foi realizada durante a celebração dos 40 anos de Computação na Unicamp, e a finalização das obras do novo prédio do Instituto de Geociências, paralisado há mais de 10 anos, mas que contou com novo impulso, nos últimos meses, com a entrega do módulo de laboratórios – 25 por cento da obra – no dia 8 de abril de 2009. A obra é importante porque o instituto, que completa 30 anos em 2009, nunca teve um prédio próprio, tendo suas atividades em imóveis cedidos pela Reitoria e Engenharia Básica, com o agravante de serem muito velhos e antiquados. Quando a nova instalação for totalmente inaugurada, a Unicamp contará com uma obra com tecnologia de ponta e um design lembrando, vagamente, um navio petroleiro. Atualmente, o Instituto de Geociências abriga os cursos de graduação de ciências da terra (integral), no qual o estudante escolhe entre geologia e geografia no segundo ano; e geografia (noturno), além de uma pós-graduação dividida entre quatro departamentos. Com a melhoria da infraestrutura da instituição, debate-se a possibilidade de criação do curso de geofísica
Outros projetos (incompleto):
• um jardim botânico, entre a Faculdade de Engenharia Agrícola e a Editora da Unicamp;
• a nova sede do Arquivo Edgard Leuenroth;
• construção da nova biblioteca do Instituto de Biologia;
• pintura da estrutura externa da Biblioteca Central César Lattes;
• a construção de uma biblioteca de obras raras que será construída ao lado da Biblioteca Central César Lattes ao custo de 14 300 000 reais;
• o Laboratório de Sistemas Marítimos de Produção, que custará 11 000 000 de reais e que será construído com recursos de Petrobras, ficando sob os cuidados do Centro de Estudo do Petróleo;
Estrutura
A Cidade Universitária Zeferino Vaz, localizada no distrito de Barão Geraldo, é considerada o principal campus da Unicamp, já que, nela, se localiza o maior número de faculdades e institutos, bem como a Reitoria e o Hospital de Clínicas de Campinas. A cidade recebe, nos dias úteis, mais de 40 000 pessoas e 30 000 veículos. Tamanha dimensão justifica a existência de uma prefeitura universitária responsável por serviços de transporte, manutenção e expansão da infraestrutura, alimentação e segurança. Recentemente, outro grande campus foi inaugurado: a Cidade Universitária de Limeira, que abriga a Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp.
A universidade possui onze faculdades; dez institutos; um centro de educação tecnológica (a Faculdade de Tecnologia da Unicamp); um centro de estudos de idiomas e dois colégios técnicos: Colégio Técnico de Campinas e Colégio Técnico de Limeira. Conta ainda com um hotel de alto padrão para hospedagem de pesquisadores e professores visitantes e uma editora própria, a Editora da Unicamp, responsável por publicações de renome em diversas áreas do conhecimento científico.
Há, também, um sofisticado programa de acervo bibliográfico via internet: o Sistema de Bibliotecas da Unicamp. Ele integra todas as bibliotecas da universidade de maneira prática, permitindo ao estudante ou docente mais facilidade e praticidade ao procurar publicações de diversas áreas. Além disso, permite que uma obra seja reservada ou renovada sem a necessidade do interessado ter de comparecer pessoalmente à biblioteca detentora da obra. Além das unidades periféricas, há a Biblioteca Central César Lattes, que possibilita a realização de downloads de parte de seu acervo digitalizado (teses e dissertações).
Na praça central da Cidade Universitária, estão localizados dois importantes prédios, chamados de Ciclo Básico I e Ciclo Básico II, onde são ministradas disciplinas comuns a muitos cursos. Por exemplo, estudantes do curso de física/matemática/matemática aplicada e computacional, conhecido popularmente como "cursão", possuem três semestres de núcleo comum, no ciclo básico, antes de partirem para suas respectivas unidades de ensino. Outros cursos costumam mesclar disciplinas específicas, dadas na real escola, e disciplinas comuns, ministradas no ciclo básico, como física e cálculo para os cursos de engenharia.
Esse modelo de ensino é um tanto polêmico: muitos estudantes acreditam que as matérias são ministradas de forma generalizada, pois há alunos de cursos variados em uma mesma sala; dessa forma, é difícil contextualizar o conteúdo na área de atuação de cada um. Por outro lado, muitos acham a proposta positiva, pois ela comprova o caráter interdisciplinar que a Unicamp procura para os seus cursos, evitando, assim, a formação de graduandos com uma visão de mundo minimalista e egocêntrica; além de ser uma inteligente solução para o problema de contratação de corpo docente, um dos grandes problemas das universidades públicas brasileiras.
Apesar das polêmicas, um modelo semelhante está sendo adotado na nova Faculdade de Ciências Aplicadas e o Ciclo Básico I passou por uma reforma, que, sem descaracterizar o projeto original, de 1973, modernizou suas instalações, dotando-as de seis anfiteatros para 140 alunos, quatro anfiteatros para 180, oito salas para 90 e quatro para 70, todos com ar condicionado e baixo nível de ruído. Cada sala conta com micros multimídia, sistema de som, lousas deslizantes e bancadas especialmente projetadas para demonstrações. A reforma do Ciclo Básico I completa um esforço iniciado em 2002, quando foi concluído um anexo ao Ciclo Básico II, de 800 metros quadrados, o qual abriga nove salas de aula com 300 microcomputadores.
São cerca de 17 000 alunos matriculados na graduação, 20 000 na pós-graduação e 4 000 nos cursos técnicos. Em termos de extensão territorial, a Unicamp possui cerca de 626 597 metros quadrados de área construída, em um terreno total medindo 3 518 602 metros quadrados. O deslocamento entre as diferentes unidades pode ser realizado gratuitamente por duas linhas de ônibus que circulam continuamente por toda a universidade.
A universidade fornece assistência estudantil e social de alta qualidade aos seus alunos. Disponibilizam-se bolsas de pesquisa, trabalho, alimentação e moradia – sendo essa última uma das poucas no país com atendimento especial para pessoas casadas e/ou com filhos- para alunos carentes economicamente. Todos os alunos, professores e funcionários possuem assistência médica e odontológica, podendo ser atendidos em ambulatórios instalados dentro da Universidade. Há, também, um complexo esportivo na Faculdade de Educação Física, possibilitando, a alunos e comunidade, acesso à diversas opções de práticas esportivas.
O campus principal possui três restaurantes: o Restaurante Universitário, com os carinhosos apelidos de "Bandejão", "Bandex" e "Bandeco", em referência à bandeja usada para servir-se a comida, que atende tanto no almoço quanto no jantar; o Restaurante Administrativo, reconhecido pelo perfil self-service e maior variedade das opções de salada; e outro, situado sob o Hospital das Clínicas, reservado aos membros da área da saúde – os dois primeiros são abertos para qualquer membro da universidade e visitantes.
Um dos maiores referenciais da Unicamp é seu Hospital Universitário, um centro de referência em diversas áreas da saúde, atendendo, além de funcionários e alunos, pacientes oriundos de toda a Região Metropolitana de Campinas e até mesmo de outros estados do Brasil.
Administração
A Administração da Unicamp é centrada nas mãos do reitor e de um prefeito do campus. O reitor da Unicamp tem mandato de quatro anos e é escolhido pelo governador do Estado de uma lista com três candidatos. A lista de candidatos é formada pelos três mais votados pela comunidade acadêmica (funcionários, professores e alunos), e o governador tem sempre escolhido o mais votado entre os três.
Zeferino Vaz, responsável pela instalação da universidade, foi o primeiro reitor após a inauguração da universidade, permanecendo no cargo por doze anos.
Reitores
Da criação em decreto, em dezembro de 1962, até outubro de 1966, ano de sua inauguração, a UEC, como era chamada a Unicamp, teve como reitores:
• Cantídio de Moura Campos (1962-1963)
• Mário Degni (1963-1965)
• Zeferino Vaz (1965-1966)
A partir de outubro de 1966, com a inauguração da universidade, foram reitores:
• Zeferino Vaz (1966-1978)
• Plínio Alves de Moraes (1978-1982)
• José Aristodemo Pinotti (1982-1986)
• Paulo Renato Costa Souza (1986-1990)
• Carlos Vogt (1990-1994)
• José Martins Filho (1994-1998)
• Hermano Tavares (1998-2002)
• Carlos Henrique Brito Cruz (2002-2005)
• José Tadeu Jorge (2005 - 2009)
• Fernando Ferreira Costa (2009 - 2013)
• José Tadeu Jorge (2013 - atualmente)
Observação: Carlos Henrique Brito Cruz deixou o cargo precocemente em 2005 para se tornar diretor científico de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, antecipando as eleições de seu sucessor; e, no período de setembro de 1965 a outubro de 1966, o cargo de reitor foi ocupado pelo presidente da Comissão Organizadora da nova Universidade, Zeferino Vaz.
Movimento estudantil
A atuação do movimento estudantil da Unicamp, bem como o dos funcionários, esteve presente mais intensamente a partir de 1978, na gestão do reitor Plínio Moraes. No final da década de 1980, durante a gestão Paulo Renato, atinge grande mobilização, com os estudantes realizando diversas ocupações e exigindo condições de assistência estudantil para alunos sem condições financeiras. Segundo o movimento, o principal resultado destas mobilizações teria sido a construção da Moradia Estudantil da Unicamp.
Em 2006, a gestão do reitor José Tadeu Jorge enfrentou críticas por parte de segmentos expressivos dos movimentos estudantis e de funcionários, os quais criticam as parcerias feitas entre a Universidade e órgãos privados. Segundo eles, essas parcerias gradualmente afastariam a Unicamp de suas funções como universidade pública, tornando-a um instrumento que atendesse as necessidades do mercado. A reitoria afirma que essas parcerias são necessárias para aumentar os investimentos, uma vez que as verbas públicas não atendem suficientemente seus objetivos; e aproximar a Unicamp da sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
No primeiro semestre de 2007, ocorreu uma ocupação da Reitoria, reivindicando melhores condições na Moradia Estudantil; a finalização de projetos pendentes; e a revogação dos então recentes decretos do governador José Serra na área do ensino superior de São Paulo.
Há divergência às ações tomadas pelo movimento. Dentre os motivos de descontentamento, há a sua posição, que raramente concorda com as decisões tomadas pela administração da Unicamp e pelo governo e que é considerada agressiva, bem como supostas contradições e falta de objetividade das propostas apresentadas.
O movimento, representado pelo Diretório Central dos Estudantes da Unicamp, acredita ter conquistado muitos dos objetivos pelos quais lutou.
Órgãos, núcleos, grupos e entidades associadas
O Conselho Universitário é o órgão máximo de administração da universidade. Ele é composto pelo reitor e por representantes das Faculdades. Como órgão administrativo há ainda a Prefeitura do Campus e as Pró-reitorias, que envolvem a graduação; pós-graduação; o desenvolvimento universitário; os assuntos comunitários; além de pesquisa e extensão.
A Unicamp possui uma variedade de núcleos complementares às suas unidades, que desempenham as mais diversas atuações. O Lume é um núcleo de pesquisas de teatro, sediado a alguns quilômetros do campus de Barão Geraldo. O Núcleo de Informática Aplicada à Educação atua desenvolvendo e promovendo ferramentas para o ensino com auxílio de computadores. Também há o Núcleo de Informática Biomédica (Nib); Núcleo de Estudos Estratégicos; Núcleo de Estudos de População (Nepo), que promove a importância dos estudos sobre a demografia a âmbitos municipal, estadual e federal; e o Núcleo de Estudos do Gênero (Pagu), dedicado aos estudos de gênero e teoria feminista.
Com forte tradição na área de tecnologia e preocupada com a integração social dessa, a Unicamp sedia, ainda, o Grupo Pró-Software Livre, que tem por objetivo difundir o uso e a filosofia do software livre). Esse faz parte do "Sociedade e Universidade em Busca de Alternativas", um grupo criado para promover a integração entre a universidade e a comunidade, desfazendo a tradicional estrutura da universidade fechada em si mesma, que predomina no Brasil.
Já o Laboratório de Bioquímica do Exercício destaca-se na pesquisa em bioquímica e fisiologia, especialmente com relação a praticantes do atletismo, em que a Unicamp fornece estrutura para o treinamento da equipe de atletismo da Funilense, considerada a melhor equipe de atletismo de longa distância no Brasil.
Os estudantes são representados pelos centros acadêmicos de cada Faculdade. Existe também o Diretório Central dos Estudantes, que é uma entidade desvinculada da administração da Unicamp.
Além disso, a Unicamp possui dezoito Empresas Juniores. Estas são geridas por alunos de 28 cursos de graduação e são representadas pelo Núcleo das Empresas Juniores da Unicamp. O Núcleo atua prestando consultoria em diversas áreas de atuação, principalmente para pequenos e médios empresários, aumentando o retorno que a Universidade dá à sociedade.
Finalmente, a comunidade de empreendedores (alunos, ex-alunos e professores) é representada pela Unicamp Ventures, uma iniciativa da Agência de Inovação da Unicamp.
Hospital
Contando com atendimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde, atualmente, o Hospital de Clínicas da Unicamp possui 375 leitos, 30 vagas na unidade de terapia intensiva, 38 enfermarias, 17 departamentos médicos, 22 unidades de procedimentos especializados, 15 centros cirúrgicos gerais, 8 centros cirúrgicos ambulatoriais, 8 centros de serviços laboratoriais e 5 serviços de diagnósticos. O hospital possui capacidade de realizar cerca de mil atendimentos e 40 cirurgias diárias.
Jornal
A Unicamp possui um jornal de grande circulação que é produzido pela Assessoria de Imprensa da Universidade.
Além da distribuição universitária, esse jornal científico também é entregue a vários órgãos públicos da Região Metropolitana de Campinas e para toda a imprensa regional, informando a comunidade sobre as principais pesquisas que atualmente estão sendo desenvolvidas pelos pesquisadores da Unicamp.
Vestibular
As provas do vestibular são aplicadas pela Comissão Permanente para o Vestibular da Unicamp. Além do ingresso na Unicamp, a comissão também seleciona alunos para a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Como o objetivo da Unicamp é selecionar os melhores estudantes do país, seu vestibular é nacional, realizado em mais de 20 cidades brasileiras.
O vestibular da Unicamp é considerado um dos melhores e mais exigentes do país. Ele foi criado em 1986, após a universidade discordar do modelo de seleção adotado pela Fundação Universitária para o Vestibular, atualmente responsável pelo ingresso de estudantes na Universidade de São Paulo e na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Na visão da Unicamp, o processo seletivo adotado pela Fuvest era conivente com uma visão de ensino diferente da desejada pelos professores da Universidade.
Portanto, era necessário criar um novo processo de seleção. O formato era integralmente dissertativo, dividido em duas fases. Na primeira, os candidatos tinham quatro horas para responderem a doze questões gerais (com itens "a" e "b") e elaborarem uma redação. No entanto, devido aos altos custos, no ano de 2011 o vestibular mudou novamente. A primeira fase passou a ter 48 questões de múltipla escolha e 3 redações de temas distintos, os candidatos passaram a ter cinco horas para realizar a prova. Enquanto a segunda passou a ser dividida em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, Ciências Humanas e Artes e Ciências da Natureza, cada uma com pesos distintos dependendo do cursos escolhido. Alguns cursos, como Artes Cênicas e Música, exigem provas de aptidão, realizadas após a segunda fase.
Atualmente, o Vestibular Nacional Unicamp recebe quase 60 mil inscritos, os quais disputam 3 320 vagas na Unicamp (1 140 ministradas em período noturno), em 66 opções de curso. Para a FAMERP, estão em jogo 124 vagas, ministradas em período integral, para duas opções de curso.
Unicamp de Portas Abertas
A Unicamp de Portas Abertas é um evento anual através do qual, durante dois dias, a Unicamp abre suas portas a estudantes de ensino médio e fundamental de todo o País.
Os visitantes são recebidos pela comunidade de alunos, professores e funcionários, de modo que estarão concentrados nos campus, nos dois dias do evento, aproximadamente 80 mil pessoas. Isso torna a Unicamp de Portas Abertas um dos maiores eventos do interior do Estado de São Paulo.
Para estudantes, a Unicamp de Portas Abertas é uma oportunidade rara de trocar ideias sobre as diferentes áreas do conhecimento, o perfil dos cursos da universidade e melhor definir suas vocações. Para a Unicamp, uma ocasião de ajudar na definição do futuro de cada um e reforçar seu propósito de atrair sempre os melhores alunos.
Faculdade de Ciências Aplicadas, o novo campus de Limeira
A Cidade Universitária de Limeira foi inaugurada em cerimônia realizada no dia 2 de março de 2009, quando recebeu os 480 calouros dos oito cursos de graduação da Faculdade de Ciências Aplicadas. Com sua criação, a universidade passou a oferecer formação em áreas do conhecimento diferentes das oferecidas em outros campi: gestão de políticas públicas, gestão do agronegócio, gestão de comércio internacional, gestão de empresas, ciências do esporte, nutrição, engenharia de produção e engenharia de manufatura. Durante a cerimônia, o então reitor José Tadeu Jorge garantiu que o novo campus terá o mesmo padrão acadêmico da Unicamp, preservando a qualidade dos cursos de graduação e respeitando o tripé ensino-pesquisa-extensão que tornou a Unicamp conhecida em todo o mundo.
A direção da Faculdade de Ciências Aplicadas acredita que a implantação da Cidade Universitária de Limeira seja o início da regionalização da Unicamp, como aconteceu com as outras duas universidades estaduais paulistas, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. A expectativa é a criação de outros cursos em 2010, entre os quais terapia ocupacional, fisioterapia, conservação e restauro, produção cultural e licenciatura em ciências da natureza. Outros, como psicologia, informática biomédica e desenho industrial, ainda estão sendo discutidos e serão submetidos à aprovação.
Com a criação de 60 vagas para cada um dos novos cursos, o número oferecido subiu de 2 830 para 3 310, um acréscimo de 17 por cento, o maior já realizado de uma só vez na história da Universidade. Concebido para ser construído e implantado ao longo de quatro anos, o projeto prevê alcançar mil vagas por ano, totalizando 15 cursos ao final do processo.
Apesar da proposta positiva do novo campus, sua construção é duramente criticada por estudantes e sindicalistas ligados à Universidade. Segundo eles, a Faculdade de Ciências Aplicadas foi criada sem que a Unicamp tivesse garantidos, por lei, os recursos necessários para a manutenção da nova unidade – houve apenas o compromisso verbal do governador José Serra de que haverá uma verba para o campus. Outrossim, a faculdade foi inaugurada com infraestrutura parcial (bibliotecas inacabadas e a ausência de um restaurante universitário, por exemplo) e os novos estudantes contemplados com o Programa de Moradia Estudantil (PME) terão de morar no conjunto de Campinas, mais longe e que já sofre com a carência de vagas.
Todavia, para a universidade, a faculdade representa uma grande chance para o desenvolvimento de Limeira, a qual ganhará com o novo fluxo de pessoas e a formação de mestres e doutores nas áreas ministradas na Faculdade. O então reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, disse que a nova faculdade é também um "pedido de desculpas" para o município, prejudicado quando o curso de Engenharia Civil foi transferido para Campinas.
Sobre os atos de protesto, a universidade procura não comentar o caso, mas muitos professores consideram a atitude precipitada, pois o novo campus só foi construído com dinheiro liberado pelo governo paulista e, portanto, soaria contraditório esse não apoiar uma unidade antes apoiada. Quanto à questão de infraestrutura, retrucam que muitos cursos da Unicamp começaram de forma semelhante, mas foram melhorando com o passar do tempo, ou seja, a tendência é de solução gradual para os problemas.

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